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  • Valeria

Depoimento de uma vítima de bullying

Ainda tem muita gente que diz que bullying é bobagem, brincadeira de criança e de jovens na escola, que não tem consequência nenhuma.

Essa semana recebi o depoimento do Celso, um HOMEM de 56 anos. Ele conta como viveu o bullying e as repercussões na sua vida. Vale muito a pena ler e pensar.

BULLYING

“No meu tempo de menino, o problema ainda não era conhecido pela sociedade, e a própria palavra bullying começou a ser conhecida no Brasil muito recentemente, por volta da década de 90. Tenho hoje 56 anos e vou contar minha história. Quando ainda menino, confesso que algumas vezes tive que resolver diferenças na porrada. Era menosprezado às vezes dentro de minha própria família. Entre meus amigos, era pior. Era judiado, e sem a proteção das pessoas mais velhas. Às vezes batia, mas também apanhava feio. Trata-se de um problema social antigo. A vítima, que é visto como o lado fraco, sofre silenciosamente, enquanto que o agressor, em geral é um cara normalíssimo, o fortão, o bonzão do pedaço. E o resto, apenas assiste. Ajude quem está em dificuldade. Não existe o mais fraco, o mais feio, o menos isso, o menos aquilo. Somos seres humanos iguais.

Mas devido a esse problema, que hoje conhecemos como Bullying, uma boa parte de minha infância e adolescência fui discriminado, oprimido. Diziam que eu era feio, bobo, pobre, coisas absurdas. Não conseguia arrumar namoradas porque acreditava realmente que era um rapaz feio. E pobre. Um complexo de inferioridade havia se instalado na minha mente em razão desse preconceito bobo. Levei anos para superar esse complexo, mas a cicatriz ainda permanece dentro de mim.

Nunca tive ambições de ser o melhor em nada. Apenas queria sobreviver. Adotei o hábito de observar o que as pessoas “normais” faziam e tentava ser igual a eles. Foi assim na escola: Com esse pensamento, e uma boa dose de coragem, consegui me formar na faculdade. Depois, o meu casamento, que veio muito tardio. E por fim, consegui ter uma filha e pronto: acabei de provar a todo mundo que sou normalíssimo. Abra os olhos para o problema: Diga não ao bullying e ajude quem é vitima. Mostre que o amor ao próximo é mais importante que tudo. Um dia, ele será gente igual a você, e o agradecerá muito por tê-lo ajudado.”


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