Ações esperadas dos professores - Chris Lee
“Dado o potencial impacto do bullying na autoestima dos alunos, aprendizagem, amizades na sala de aula, relações de longo prazo e até desejo de continar a viver, o conhecimento, atitude e ação dos professores parecem ser significativos, fundamentais mesmo. Eles possuem o poder para apoiar os alunos, puni-los, organizar a sala de aula e influenciar, ou até mesmo determinar, o clima da sala.
Pervin e Turner (1994) exploraram as visões dos professores sobre o bullying e compararam os dados de alunos e seus professores de uma escola. Eles concluíram que os professores subestimam a extensão do bullying, apesar de ele ser extensamente relatado a eles pelos alunos. Está claro que os alunos acreditam que os professores ocasionalmente intervem no bullying, enquanto que a maioria dos professores acredita que eles sempre intervem e parece que há uma necessidade de relatar aos alunos o que está sendo feito e como está sendo monitorado. Similarmente, é importante que os alunos e seus pais mantenham o pessoal da escola informado sobre o progresso das ações. O pessoal da escola precisa saber o que funciona e quando as intervenções precisam de modificação ou de serem abandonadas. Boulton (1997) concluiu que os professores se sentem resposáveis em evitar o bullying, embora possuam níveis de confiança baixos para lidar com ele.
‘A maioria dos professores está consciente apenas de uma fração do bullying que pode estar acontecendo’ (Smith e Sharp, 1994) e os professores podem permanecer sem saber do bullying por causa da conspiração de silêncio que o bullying estimula ou se permita que estimula. Sempre existem referências aos professores dentro da escola, formando parte do que Blatchford (1996) chamou de “cultura de playground governada pelas crianças, diferente daquela dos adultos e misteriosa para eles”. No entanto, na minha pesquisa com crianças da escola primária, as nominações dos professores dos alunos envolvidos em bullying combina com as dos próprios alunos. Eles conheceram as crianças quando elas estavam nas classes anteriores e presenciaram o desenvolvimento das relações sociais, negativas e positivas, à medida que avançavam nas séries escolares. As escolas de ensino secundário não geram uma confiança similar, o que não surpreende dado o número de diferentes professores e as configurações das classes. ”
Fonte: Chris Lee – Preventing Bullying in Schools. A guide for teachers and other professionals. Paul Champman Publishing, London, 2004.