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Diferenças entre agressão e bullying

 

Ken Rigby é professor na University of South Australia. Formou-se na Inglaterra onde trabalhou como professor em escolas de Londres e  Norfolk,  antes de emigrar para a Austrália onde trabalhou como Orientador Educacional. Mais tarde passou a ser professor da University of South Australia e fez PhD em Psicologia na Universidade de Adelaide, terminando em 1977.

Nos últimos anos se tornou uma autoridade em bullying e vitimização de pares com mais de 100 trabalhos referenciados e outras publicações. Seu livro”Bullying in schools and what to do about it“ foi pulicado na  Austrália, Reino Unido e Estados Unidos e é visto como um texto padrão.

Estou lendo agora Children and Bullying – How Parents and Educators Can Reduce Bullying at School. 

É sempre difícil diferenciar o bullying da agressão.  Meu intuito é trazer pontos de vista de diversos autores a fim de  nos familiarizarmos com suas opiniões. Traduzo abaixo o trecho em que ele faz esta distinção:

“Bullying muitas vezes é confundido com agressão em geral.  Isto é uma pena porque o comportamento agressivo nem sempre envolve um abuso de poder.  Por exemplo, quando duas crianças estão brigando ou discutindo, provavelmente cada uma delas está agindo de maneira dura e agressivamente para resolver uma questão ou uma disputa.  Esta pode ser uma forma indesejável de se comportar.  O que se gostaria é que as duas resolvessem suas diferenças calmamente, sem perturbar os outros ou sem se machucarem.  Você pode razoavelmente sentir que deve intervir.  Mas o que está acontecendo pode não ser bullying.  Elas podem ser praticamente iguais em força ou em poder.  Pode não haver nenhumdesequilíbrio de poder aparente e nenhuma injustiça óbvia.  Ambas podem ser culpadas ou, naquela questão, igualmente sem culpa.

Mas o que  importa se chamamos isto de agressão ou de bullying? Como professor ou pais podemos argumentar que este é um comportamento que deve ser interrompido, não importando as definições.  Bem, eu acho que importa saber por duas razões.  Primeiro, agir agressivamente nem sempre é errado.  Há ocasiões em que agir de uma maneira dura, mesmo se alguém se machuca, pode ser preferível a não fazer nada e deixar que alguma coisa pior aconteça.  Segundo, existe uma razão pragmática.  Se tivermos de intervir todas as vezes que virmos pessoas discutindo ou brigando, não importa a severidade, não haveria fim para nossas intervenções.  Desta forma, podemos razoavelmente focar um único aspecto de agressão: o bullying.

Tenha sempre em mente que em caso de bullying nós julgamos que o comportamento agressivo em questão é injustificado; não se pode permitir que o agressor domine uma pessoa com menos poder; e a pessoa sob o ataque não pode ser oprimida.”

 

 

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