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http://g1.globo.com/pa/para/noticia/2016/08/polici

Até quando? Agora no Brasil



A Polícia Civil investiga nesta quarta-feira (31) o caso do menino Eduardo Souza Cordeiro, 12 anos, que morreu durante esta madrugada no Pronto Socorro Municipal Mario Pinotti, em Belém. A família afirma que a criança foi espancada dentro da Escola Estadual Santo Afonso, no bairro do Telégrafo, e não resistiu.

“Ele ficou muito machucado, foi muito violento, sem explicação”, conta Natália Leal, prima da vítima. A Secretaria de Estado de Educação (Seduc) apura as circunstâncias da morte do menino. Em nota, a secretaria informou que apura duas versões do fato: a de que o aluno sofreu uma queda durante o intervalo de aula, e a outra de que foi vítima de agressões motivadas por bullying. As aulas doram suspensas no colégio Santo Afonso.

Eduardo morava com a avó e uma tia. Segundo familiares, na tarde de terça-feira (30) o menino foi para a escola, onde estudava no turno da tarde. No final da tarde, a família foi avisada por um vizinho que Eduardo havia sido espancado.

“Quando meu sobrinho chegou, ele [Eduardo] estava todo batido, na sala da diretora. Ela não deu nenhuma explicação. Meu irmão acha que deram pauladas nele. Chegamos a levar ele pra casa, mas ele tinha muitos hematomas, ficou roxo. Levamos pro Pronto Socorro, fizeram exames, tentaram reanimar. Umas três horas [da madrugada] ele teve cinco paradas cardíacas e morreu às 4h”, afirma Rosilene Leal, tia da vítima.

Funcionários da Escola Estadual Santo Afonso dizem que os ferimentos que provocaram a morte do menino foram resultado de um acidente: segundo a escola, o garoto estava brincando durante o intervalo quando caiu e bateu as costelas.

Bullying A tia conta ainda que Eduardo vinha sofrendo bullying e que a família já havia procurado a escola por causa do problema. “Ele era um menino diferente, branquinho, franzino. Ele tinha medo de falar. No mês de junho, um moleque deu uma surra nele”, diz ainda a tia.

“Ele estava com uma rejeição e ir pra escola. Minha mãe, minha avó já tinham ido lá. Ele falou que não queria mais ir pra aula”, lembra a prima de Eduardo.

A família registrou um boletim de ocorrência no posto policial do hospital. Os parentes querem explicações sobre o que aconteceu com Eduardo na escola.

“Como a escola é uma área fechada, por que nenhuma servente, uma secretária, ninguém viu esses moleques? Por que não nos avisaram o que tinha acontecido?”, questiona a tia da vítima.

O corpo de Eduardo de Souza Cordeiro foi levado parao Instituto Médico Legal e passa por perícia na manhã desta quarta-feira (31). O velório do menino será na casa da família, na rodovia Arthur Bernardes, em Belém.

Veja a nota da Seduc na íntegra:

A Secretaria de Estado de Educação (Seduc) tomou conhecimento do fato ocorrido em relação ao estudante Eduardo de Souza Cordeiro, 12 anos de idade, matriculado no 6º ano do Ensino Fundamental da Escola Estadual Santo Afonso, no bairro do Telégrafo.

A Seduc apura as circunstâncias nas quais o fato se deu. A Secretaria de Educação levanta informações sobre duas versões do fato: a de que o aluno sofreu uma queda durante o intervalo de aula, na tarde da terça-feira, dia 30, e a outra de que foi vítima de agressões motivadas por bullying, ainda que a escola não possua histórico de agressões entre estudantes.

Uma equipe de psicólogos e técnicos da Seduc presta assistência aos familiares do estudante que e encontram no Instituto Médico Legal.

A Seduc, através da sua Ouvidoria, acompanhará o inquérito policial que vai apurar os fatos.

As aulas na Escola Santo Afonso foram suspensas, de vez que os estudantes da unidade escolar encontram-se solidários com os familiares do aluno em questão.


Até quando as escolas vão ignorar o bullying que acontece em suas dependências, ali onde o aluno procura um ambiente seguro e que devia lhe ser assegurado.

Ninguém viu? Ninguém sabia? Que explicações vão dar? Queda que levaria a tantos hematomas?

Enquanto as escolas e seus educadores não se imbuírem da obrigação de combater o bullying e estarem atentos ao que acontece dentro da sala de aula, no pátio, etc, nada será resolvido.



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